O ex-juiz Sérgio Moro, em nota, evidencia que está trabalhando no sentido de gerar responsabilidade para o presidente Bolsonaro, com a certa possibilidade de sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Após afirmações do presidente de que quem manda é ele, Sérgio Moro solta: “O compromisso com o presidente Jair Bolsonaro de enfrentamento à corrupção e ao crime organizado permanece”. Mesmo uma leitura rápida se depreende que o acordo dele se mantém firme, mas e o do presidente?! Em momento algum da mensagem ele fala do compromisso de ambos, dele e do presidente. A mim me pareceu que já dirige holofote para quem quebrou acordo, acerto.
Escreve Jailton Carvalho, em O Globo, neste sábado (24), que o presidente ficou colérico, em razão do ministro Sérgio Moro ter ido ao Supremo Tribunal Federal pedir a revisão sobre a decisão do presidente Dias Toffoli de restringir a atuação do então Coaf – atual Unidade de Inteligência Financeira (UIF) – a pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O presidente Bolsonaro teria, exaltado, admoestado o ministro com veemência: “Se o senhor não pode ajudar, por favor, não atrapalhe!” Ao que Moro ensaiou uma reação, mas foi demovido da ideia.
Fato é que o presidente tem humilhado o ministro Sérgio Moro reiterando o tempo todo que ele manda, ao que o ex-juiz tem engolido a seco, pois não vai assumir o ônus de pedir para sair, passando a mensagem de desapoio presidencial. Ficará, e o presidente que o demita, certamente pensa, uma vez que tem ainda muito firmemente o apoio popular, pois é o mais admirado dos ministros do Planalto, mesmo que tenha tido a sua imagem arranhada com as divulgações do site “The Intercept”. Vamos aguardar, mas que eles não estão mais se bicando, ah! não estão mesmo.
*José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Escreve para o BNews às segundas-feiras.
