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08h00

Vergonhoso

É desalentador, mesmo revoltante, quando abrimos um atento site de notícias, como o faço logo cedo, e vemos, como está postado aqui em BNews, notícias de prisão de desembargadoras e afastamento de diversos funcionários públicos, bem como do Secretário de Segurança Pública, por investigações de corrupção. É fato que culpabilidade só se vaticina em sentença condenatória, mas que é muito triste, é.. Naturalmente, aumenta uma mácula já existente sob a isenção e aí se generaliza, infelizmente, sob o agir da justiça em seu todo. 

Em primoroso artigo, ao qual me calço nessas despretensiosas considerações, o prof. Henrique Britto de Melo, membro da Sociedade Brasileira de Ciências Forenses, chama-nos à reflexão sobre o infeliz desengajamento moral e as formas pelas quais agentes públicos e cidadãos de poder se desalinham dos processos de moral e ética, na lida de suas funções, através do que chama de subprocessos cognitivos como: simplificar um dilema por meio de racionalizações e eufemismos, do tipo: todo mundo faz, o que representa isto em meio a tantos desmandos que vemos por aí. Apoiam-se nas deturpações cognitivas para minimizarem o próprio papel na conduta ilícita ou admitir que a mesma é inevitável, deslocando a responsabilidade para as circunstâncias. Reduzem a dissonância cognitiva desumanizando. vezes as vítimas ou culpando as mesmas pela ocorrência do ato corrupto e minimizando o valor das próprias instituições de Estado.

Prossegue o especialista, que as racionalizações permitem que os indivíduos justifiquem seus atos para si mesmos e perpetuem a corrupção dentro de uma organização, tornando-a sistêmica e resistente, em uma cadeia permanente de desvios. Outro pensamento comum em pessoas que cometem esse tipo de crime envolve o viés de reciprocidade, onde há uma cooperação como forma de “pagamento” por uma ajuda recebida anteriormente. Estabelece-se uma espécie de código entre os corruptos, uma espécie de associação, afirma o prof. Britto de Melo . Isso pode ser ilustrado pela ideia de que “você me ajuda e eu te ajudo”. Naturalmente, em uma espécie de rede, onde os valores se perdem, pois o que conta é o ir vir, muitas vezes em um mesmo grupo. Desta forma, é possível que uma relação de cooperação ilegal surja e se perpetue em uma organização, como um sistema.

Infelizmente, muitas vezes, as posições de poder também demonstram aumentar as chances de que uma pessoa aja de forma corrupta, quando o seu lastro já é, digamos, flexível, assevera ainda o autor inspirador do presente arrazoado.  É possível que obter poder incite modificações cognitivas acerca do julgamento moral de um indivíduo, permitindo que o mesmo tenha uma maior inclinação para cometer atos ilícitos. Além disso, existem traços comportamentais narcisistas que podem ser exacerbados, quando alguém se encontra numa situação de superioridade.

O pior ainda vem, quando uma pessoa começa a achar, a acreditar que merece algum tipo de tratamento especial e que não precisa respeitar certas regras, uma vez que se sente diferenciado dentro e na sociedade, levando, muitas vezes, a se tornar bastante prejudicial para a estrutura de um grupo ou organização, em seu todo, desconstruindo imagem e respeito no geral da sociedade. Lamentável tudo isso. 

José Medrado Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.

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