Ontem (18) a sociedade, motivada pelo meio acadêmico, fez ato público em defesa da educação, com o tema “Educação contra a Barbárie – Todos em Defesa da Ciência e da Vida contra o Desmonte da Educação Pública”. É sabido há muito que, em especial nos dias que correm, se tenta colar na universidades que elas são uma espécie de epicentro formador de comunistas e anticristãos, razão pela qual precisam ser, sem exagero, dizimadas, ou apenas corredores em que possam circular os grupos eleitos pelo poder. O Brasil inflou uma bolha onde se discute o que no mundo não guarda mais interesse algum. Aqui ainda se fala de invasão de comunistas, de uso de cloroquina, dentre outras distopias. O fato é que a universidade é uma instituição que deve ter lugar para atender às necessidades do país, em suas mais abrangentes variantes e abordagens, em consolidação do que deve ser uma educação de base, com estratégias que deve ser utilizada para a formação de cidadãos e profissionais para incrementos de políticas de bem estar e compreensão, também, de direitos e deveres de todos, inclusive dos poderosos de plantão que, não raros, guardam grande apetite de manutenção das suas ideologias pessoais, sem a compreensão de que lideram uma nação e precisam conduzir não nichos. Muitos adotam o tal ouvir falar, sem efetivamente conhecer o papel das universidades, em especial as públicas, como etapa importante no processo de compreensão do seu compromisso social, de minimizar as carências do povo. Aí que surgem o intencional e criminoso processo de desconstrução, porque sempre as más intenções e interesses inconfessáveis difundem ideais anacrônicas das décadas de 60 do século passado, como sendo escopo de conquista. A natureza humana, eminentemente como de reflexão e relação, se situa no mundo sempre em busca de amparo, de se sentir segura, para melhor sobreviver. Infelizmente, uma parcela só sente e percebe isso na manutenção do seu próprio status quo, não considerando o processo de coletividade. Só a pessoa humana guarda a capacidade de pensar, refletir e estimular, transformar o seu entorno, em busca sempre da compreensão do melhor para o outro também será o para mim, ou pelo menos deveria ser assim. Muitos têm refletido, infelizmente, que projeto de nação pode servir, afinal, “uma política de terra arrasada dirigida à Educação, ora evidente na trágica combinação de asfixia orçamentária e ataques à autonomia universitária – política conduzida por dirigentes que depois serão lembrados sobretudo por suas manifestações de rejeição à ciência, de autoritarismo e, enfim, de pura ignorância?”, propôs a reflexão uma autoridade da educação, ou agregaria apenas a fixação de suas ideologias.
José Medrado Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz