Os sites divulgaram e com destaque, que o cantor Oruam se irritou e cuspiu no rosto de um “fã” enquanto se apresentava na Bahia na última semana. No vídeo, é possível ver Oruam mirando o rapaz e dando a cusparada. Aí começou o bug na minha cabeça, pois eu não tinha a menor ideias de quem era o cantor Oruam. Pura desinformação e claro que fui pesquisar, pois descobri que ele catava trap, logo era trapper. “Bugou” geral. Eu me indignei com um artista cuspindo na cara de um fã, e me vi emaranhado em formas de cultura – cultura, sim, pois toda vez que um grupo cultiva, de algum modo, um padrão estético semelhante gerará cultura. voltemos ao emaranhado: o cantor de trap (Trap é um subgênero do rap/hip-hop que surgiu na década de 2000 com DJ Paul no sul dos Estados Unidos. Ganhou popularidade em meados de 2000 - Já o rap é a junção do ritmo com a poesia, conduzida por uma maneira como o/a rapper (o cantor ou a cantora) "encaixa" as palavras e frases no instrumental, que pode ser mais cadenciado ou rápido e que possui um conjunto mais melódico com a harmonização com a música. Enquanto isso, o trap é mais frenético, agitado e até mesmo estranho. Entendeu? Nem eu. Sigamos. Após o incidente repercutir, o trapper explicou o que teria ocorrido: “Ele estava perturbando, fazendo sinais de facções, e eu não sou de facções”.
A verdade é que estamos vendo cadeiras voando, pessoas cuspindo na face do outro e tudo sendo normalizado e até aplaudido. Sem dúvida que já devaneamos erroneamente aqui e ali, desejando que algo de mais ou menos ruim ou muito ruim acontecesse a alguém. Todavia, ao ver pessoas fazendo, sentimos com “a alma lavada”, é mais do que ódio, é avanço para a barbárie.
Muitos textos têm referido com bastante acerto que já faz muito que as palavras “imoral” e “amoral” têm sido aplicadas para designar um mesmo significado: aquele/a que não tem moral, ética. Efetivamente, ambas se referem as questões de moral, de comportamento, mas ao mesmo tempo guardam aplicações distintas. Assim, moral é o que está “de acordo com os bons costumes e regras de conduta”. Ou seja, conjunto proposto por uma determinada doutrina ou inerente a uma determinada condição, em um certo momento, em uma certa época. Imoral é tudo aquilo que contraria o que conceituamos logo acima. Já amoral é a pessoa que não tem senso do que seja moral, ética. Então, a questão moral para esse indivíduo é desconhecida, estranha e, portanto, “não leva em consideração preceitos morais”. Aí é que surgem as preocupações dos estudiosos do comportamento humano por normalizarmos tudo, ou não nos indignarmos com muitas coisas que tomamos conhecimento. Geramos uma sociedade amoral, que não fará diferenciação sobre nada, valerá apenas o que se quer fazer, independentemente do que seja. Muito preocupante e já estamos vendo isso acontecer.
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.