“É mais fácil enganar as pessoas do que convencê-las de que elas foram enganadas”, este conceito é atribuído ao escritor e humorista estadunidense Mark Twain. Todavia, não há fonte alguma que confie tal autoria, salvo as citações de internet que transformam tudo em verdade, sem qualquer lastro de comprovação.OBrasil passa por este lamentável processo, onde o reducionismo reflexivo tornou, em grande monta, parte da nossa população em seres alimentados pela ilusão, sempre buscando o reforço do que se crê e quer divulgar.
A mentira, as tais narrativas efetiva e definitivamente tomam o lugar dos sadios debates de ideias. Dividiram-nos intencionalmente a nossa população, diria até o mundo, haja vista que quanto mais dividido for um povo, mais facilmente ele será manipulado e enganado, muitas vezes na direção da sua própria derrocada, mas o tal canto da sereia tem funcionado, no desenvolvimento da alienação esculpida entre fake news e falácias, que segundo os dicionários de filosofia são um tipo de argumento utilizado com a intenção de parecer correto, porém quem opta por esse recurso geralmente omite algumas informações por trás do das falas, manipulando fatos e ideias para soarem como verdade.
O Brasil sucumbiu às mentiras de toda a natureza: são religiosos mentindo, manipulando, falseando. Políticos? Esses sempre foram de uma cepa estranha de mentiras e enganações, de uma forma geral, mas agora, nesses dias, ficaram totalmente despudorados. Nada importa, salvo o ganhar poder e dinheiro, e, neste contexto, o povo é apenas um detalhe eventual, mas necessário.
“Os fins justificam os meios” – a propósito esta frase não consta em momento algum na consagrada obra de Maquiavel, O Príncipe, que fez uma revolução na forma de conduzir e viver política no século XVI. A política deixou de ser pensada com o viés religioso ou mesmo de valores elevados, como honra, justiça... o pragmatismo derrubou a moral, nocauteando-a sem chance de se levantar. Ainda que alguns estudiosos rebatam a leitura que julgam equivocada da obraeasua intenção, em verdade Maquiavel foi preciso na sua análise crua do mundo político, onde, em verdade, nada é o que aparenta.
O que se nota é que no Brasil as fakes news, as ilusões tiveram terreno fértil, como se o povo gostasse mesmo de ser enganado, haja vista que os próprios leitores e estudiosos assíduos da Bíblica, em geral, não se dão conta de que muitos dos pregadores “ungidos” nem disfarçam que de suas bocas não caem mel e sim dissenções e acre. Nada parece que muda, só os atores de um sempre mesmo roteiro. Isso só pode ser masoquismo ou uma espécie de síndrome de Estocolmo – estado psicológico, no qual a vítima demonstra indícios de lealdade e sentimento de gratidão para com seu malfeitor.
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.