E fetivamente, Jesus não nasceu em dezembro. O Novo Testamento não faz menção a data alguma de forma específica, no tocante ao natalício de Jesus, sequer tem a palavra Natal. Todos os relatos bíblicos noticiam o nascimento, sem, contudo, situar época, ainda que falasse do censo romano e a fuga de José e família para o Egito. No hemisfério Norte, dezembro é mês de muito frio, logo improvável censo neste período. A tradição cristã escolheu a data 25 de dezembro, provavelmente por toda uma tradição dos povos na antiguidade com o chamado Solstício de inverno, pois entre os romanos havia a adoração do sol invicto. Essa festa era chamada também de Saturnália, inclusive como parte das festividades, os romanos trocavam presentes: velas, chinelos de lã, chapéus e até meias.
E o faziam entre famílias, enquanto os escravos desfrutavam de tempo livre. Em verdade, datas não importam, mas a certeza da existência em si de Cristo. “Hoje, nenhum grande pesquisador defende a não existência de Jesus”, afirma o historiador Alex Bohrer, estudioso do Jesus histórico, e aduz: “Ele era um camponês que viveu na Palestina”.
Diversas pesquisas já dão conta da historicidade de um profeta da antiguidade chamado Jesus, que teria vivido no século 1, buscando, também, ter em vista as características físicas e comportamentais dos homens daquela região, naquela época, que com a força de Sua palavra conseguiu redirecionar, inclusive, a contagem do tempo antes e depois dEele. Se letrado ou iletrado, se camponês ou revolucionário, se avesso ou partidário à Roma, tudo é historicamente possível, e nenhuma resposta definitiva ainda existe e não haverá, difundem editores, estudiosos, historiadores que vasculham o mundo na busca do aniversariante de hoje. Quanto à sua aparência, o historiador Bohrer é categórico: “Jesus era semita. Devia ter uma altura entre 1,60 e 1,65. Tinha a pele mais escura, o cabelo crespo e curto, olhos escuros, a barba espessa”.
“Se fosse um judeu mais devoto, pode ser que tivesse deixado apenas os cabelos da têmpora crescer. Mas branco ele não era”. Prossegue: “Ele devia ter um trabalho manual, não era da casta sacerdotal”. “Ele não teve uma vida fácil, provavelmente era carpinteiro. Na verdade, ele era mais construtor, um pedreiro, do que carpinteiro”. Por fim, tudo se tornam vãs especulações diante da Sua proposta de revisão conceitual de então, onde Ele próprio dissera, em Mateus, 5: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”. Lembro, por fim, Caetano, depois de ler essa passagem bíblica: “Alguma coisa está fora da ordem, fora da ordem mundial”.
José Medrado - Mestre em família pela Ucsal e fundador da
Cidade da Luz