As redes entraram em polvorosa, diante da atitude de uma servidora da área de saúde em explícito e ignóbil ato racista em uma loja de pets em Salvador. Ressalte-se, o que não tenho visto sobre o episódio que a funcionária da loja que teve o crime racista jogado em sua face, foi de uma irreparável conduta e postura. Faço a pontuação, porque nesses momentos sempre têm os que falam que está errada a agressora, mas... e depois deste mas sempre há uma desconsideração ao alvo do crime. Voltando: a repercussão foi de tal monta que a criminosa foi demitida da empresa em que trabalhava. Imagine que exercia a função de cuidadora, uma das mais nobres profissões: enfermagem. Entendo que o racismo escancarado que existe em nosso país, não pode, como vem acontecendo, ser minimizado, agora, inclusive, inventaram a expressão “mimimi” para desqualificar, desconstruir aviltamentos morais, crimes...em nome de ideologias rasteiras que permeiam e justificam ataques ao outro.
Desde janeiro de 2023, o crime de injúria racial passou a ser equiparado ao racismo. Essa mudança legislativa aumentou a pena máxima para o crime de 3 para 5 anos de reclusão, além de torná-la inafiançável e imprescritível. A injúria racial é caracterizada por ofensas dirigidas a uma pessoa específica, em razão de sua raça, cor, etnia ou origem. O que penso foi o caso. É necessário, no entanto, que essas pessoas sejam efetivamente apenadas, para que desestimulem outras tantas que guardam o seu racismo para vomitarem quando sentirem o que pensam ser o seu “podre poder” social, em função de qualquer condição que se encontre diante do outro. O Brasil precisa assumir de uma vez por todas, que é um país racista e agora se agregou a nordestino, bem ainda, em geral, como forma de agressão ao ser petista. Então, surgem os questionamentos: e quando essa opinião divergente tem como pano de fundo justamente a intolerância? Quando ela prega que determinado grupo étnico deve ser segregado ou que as pessoas precisam ser punidas por sua orientação sexual? E quando uma opinião, na verdade, incita à violência e ao ódio? Nesses casos, devemos ser tolerantes ao intolerante? Claro que não, o filósofo austríaco Karl Popper questionou até que ponto a sociedade deve ser tolerante com os intolerantes? E conclui: uma sociedade que se declara tolerante deve ser intolerante à intolerância. A isso o estudioso chamou de paradoxo da intolerância.
Dessa forma, a quem não aprendeu ainda que a sua “nobreza” não existe, que vivemos em um Estado democrático de direito, onde as pessoas precisam aceitar que as leis são para todos e a justiça assim agir, que aprendam pela força do ordenamento jurídico existente. Tenho dito.