Desde o momento em que o “habemos Papa” ecoou no mundo com a eleição de Mario Bergoglio para o seu pontificado, fui pesquisar sobre a vida do argentino. Fiquei impressionado com o seu devotamento às causas sociais. De logo, pensei: será perseguido, atacado – um papa humanista. Deveriam ser conectadas, sem questionamentos, as duas proposituras, claro. Como conceber um cristão, e mais, o representante de bilhões de fieis de uma religião que tem a base na doutrina de Jesus, não humanista? Pois é, estamos vendo isso nesses dias estranhos, deste século XXI. Jamais vou esquecer, quando uma amiga, diante de duas igrejas católicas queimadas no Chile por extremistas de esquerda, questionou o papa “Comunista”, nas palavras dela. Redargui, afirmando que o momento era outro e que o Papa Francisco veio para estabelecer princípios cristãos efetivos em sua religião, e não apenas ser recitador de passagens bíblicas decoradas. Precisávamos vê-lo sem preconceito. Ela reafirmou que ele era um comunista...e soltou um palavrão. Ainda assim falei do filho dela, cheio de tatuagens, e que antigamente havia o preconceito – ainda há e muito – afirmando que todo tatuado era tido como bandido, e que sabíamos que o filho dela não era. Deixaram de ir à Cidade da Luz. Aprendi com minha mãe que não se perde o que nunca ganhou.
Francisco, mesmo sofrendo trações dos da ala conservadora e retrógrada da igreja, empreendeu o seu humanismo. Deixou espumando os enraivecidos por ideologias estranhas, que mesmo se dizendo cristãos, não estão alinhados às propostas de Cristo, em especial a contida em Mateus 25:40 – dê uma checada, para relembrar o pedido do Senhor Jesus. Francisco, cujo o nome papal foi sugerido por um brasileiro, fez o seu trabalho, mesmo com milhares, aqui no Brasil mesmo, desejando a sua morte, com palavras que surpreendiam o próprio Lúcifer. Ele marcou a Igreja Católica, a mim especialmente com a sua simplicidade, acessibilidade e aquela histórica caminhada solitária na praça do Vaticano, na época da pandemia.
É possível que ele tenha encaminhado à sua sucessão. Eles fazem isso, o papado é política também, o que não é? Espero, no entanto, que o seu sucessor, a bem da religião católica e dos seus seguidores, e também, claro, para o mundo, seja um religioso alinhado aos princípios cristãos. Parece redundância essa associação, por si só deveria ser óbvio, mas infelizmente não está sendo. O certo é que nada melhor que uma consciência tranquila, pelo dever cumprido e sem dúvida, Mario Begoglio deve agora estar sentido esta paz.
José Medrado possui múltiplas faculdades mediúnicas, é conferencista espírita, tendo visitado diversos países da Europa e das Américas, cumprindo agenda periódica para divulgação da Doutrina, trabalhos de pintura mediúnica e workshops, escreve para o BNEWS e o jornal atarde.