Aos que cometem crimes, que a lei funcione, seja quem for
Ora, ora, qual a surpresa gerada pelos atos criminosos, terroristas que aconteceram ontem na capital da República?! Alguns pelas tais redes sociais, onde estão as grandes expertises de tudo, estão querendo desqualificar que foram atos de terrorismo, já que não houve morte. Imagine. Não é mais risível, erro que no Brasil ocorreu, quando víamos ações desses chamados “patriotas” e não cobrávamos posicionamentos do Estado. Não nas manifestações, mas a partir da escalada da violência, como no dia da diplomação do presidente Lula, em Brasília. O que tem ocorrido é terrorismo sim, haja vista que terrorismo é toda e quaisquer ações violentas que são realizadas contra indivíduos ou patrimônios para intimidar pessoas e/ou um governo. E o que acompanhamos ontem foi ou não? Entendo, por outro lado, que este processo vem sendo fermentado, não só pelo marco do governo que saiu, mas também pelas estruturas de segurança do Estado. O Exército passou a ser chamado de “meu Exército” e os senhores das estrelas nada falavam. Por outro lado, a sociedade golpista se via estimulada o tempo todo em suas burlas do ordenamento legal que existe no País, tudo associado à impunidade, no posso fazer o que quiser, e nada acontecia. O velho Brasil da impunidade. O Brasil é assim. E honestamente? Penso que esta cultura de há muito, teve, no entanto, sua chancela com o “engolir” dos crimes perpetrados durante a ditadura e por aí foi.
O Brasil não pode transigir mais com o crime, desde os menores até o que estamos vendo nesses atos terroristas. Infelizmente, o nosso País é considerado o da impunidade, mas esperamos, como resgate da uma verdadeira cidadania, que não seja mais assim, a partir deste marco de horror que presenciamos. Entendemos quando Darcy Ribeiro, disse que “a impunidade no Brasil não é uma crise; é um projeto". Vemos a impunidade como pilar que constitui um dos termômetros da decadência das sociedades democráticas, que fundadas na divisão de poderes e no império do ordenamento jurídico (lei, constituição e tratados internacionais), se veem à mercê dos que se acham donos de um País. ”A cultura da impunidade acoberta não só os pequenos delitos senão, sobretudo, os crimes cometidos por grandes corporações, por partidos políticos ou agentes públicos, que protagonizam desonestidades perversas, assim como malandragens insidiosas e cotidianas, típicas dos colarinhos brancos”, bem disse a pesquisadora social Roberta Coelho Costa. Aos que cometem crimes, que a lei funcione, seja quem for.
osé Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.