Esta semana será toda dedicada à mulher, em função do seu Dia Internacional, 08 de março. Será o dia em que a maioria dos homens vão dar flores, chocolates, bombons em geral às suas companheiras, funcionárias, amigas... Todavia, elas não querem nada disso. Elas querem e buscam cada dia mais por respeito, dignidade equânime com nós homens. Infelizmente, a luta delas parece inglória, haja vista que vemos uma crescente onda de violência contra a mulher, destacada por alguns institutos de pesquisas como o Instituto Sou da Paz, Instituto Patrícia Galvão, em parceria com o Ipec e apoio do Instituto Beja, e ainda o relatório Violência contra mulheres em 2021, elaborado para o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A situação de agressão em todas as áreas contra as mulheres nasce, em geral, de uma a ideia preconceituosa e totalmente descabida que percebe as mulheres como inferiores aos homens, o machismo, é, portanto, o reflexo de uma construção histórica, social e culturas que precisa ser demolido, como instrumento de reparação e valoração da cidadania igualitária entre todos os brasileiros, independentemente de qualquer situação de gênero.
Assim, vejamos, os absurdos que ocorrem com as mulheres no Brasil: Os corpos das mulheres seguem sendo interpretados como bens públicos, já que quase metade delas afirma ter sido tocada sem consentimento num espaço coletivo; uma menina ou mulher é estuprada a cada 10 minutos; três mulheres são vítimas de feminicídio a cada um dia; 26 mulheres sofrem agressão física por hora; uma em cada 4 mulheres agredidas declara que a violência doméstica acontece com frequência; 25% das mulheres lésbicas sofreram discriminação em atendimento ginecológico; apenas 2% dos cargos de direção e gerência são ocupados por mulheres negras;
Sete em cada 10 mulheres assassinadas com arma de fogo são negras; uma travesti ou mulher trans é assassinada no país a cada dois dias.
O pior dessas amostragens é que, infelizmente, a dependência econômica do parceiro, o medo de morrer e ou de perder a guarda dos filhos são os principais motivos que impedem mulheres de deixar relações violentas. O Estado brasileiro precisa ser mais presente nessas situações, não apenas protegendo, mas dando respaldo às decisões das mulheres de se separarem, buscarem a sua liberdade da opressão e agressões de toda natureza.
A Lei Maria da Penha funciona ainda que alguns agentes do Estado não sejam diligentes, prontos na proteção das vítimas, razão pela qual é muito importante que as vítimas denunciem e que prossigam cobrando providências! É muito importante que as ameaças sejam levadas também em denúncia à Defensoria Pública da Vítima, bem como junto ao Ministério Público do Estado e se a atenção não for dada como se deve, vale o ditado popular: “ponha a boca no trombone” e denuncie os agentes públicos negligentes.
E registre o Ligue 180, em caso de violência contra a mulher. Funciona diariamente durante 24h, incluindo sábados, domingos e feriados. O serviço existe em todas as plataformas, as denúncias são gratuitas, anônimas e recebem um número de protocolo para que o denunciante possa acompanhar o andamento, e pode ser qualquer pessoas que saiba da violência, não, necessariamente, a mulher violentada.
José Medrado Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz