A Polícia Civil do estado de São Paulo está revoltada com o descaso que o aplicativo de mensagens Telegram está tratando as ações de combate à pedofilia que a força está empreendendo. O chefe de investigação da 4ª. Delegacia de Combate à Pedofilia, Alexandre Scaramella, afirma que o aplicativo se tornou “terra de ningém”, onde abertamente se negocia pacote de fotos e vídeos envolvendo crianças e adolescentes em situação de abuso sexual. Diferentemente, do WhatsApp, no Telegram não é possível visualizar o número de telefone de desconhecidos, o que dificulta a identificação das pessoas, principalmente nos grupos onde centenas de usuários se concentram para trocar mensagens. A Polícia busca o aplicativo e não tem encontrado colaboração satisfatória, denuncia o delegado Scaramella.
O mercado de pornografia infantil só cresce, e por esses grupos do Telegram os criminosos comercializam suas torpezas com preços que variam entre quatro e quinhentos reais, divulga o site Metrópoles. Odiosamente tudo de forma aberta, disponível para qualquer usuário. Nesses grupos, vejam o horror, o administrador para o ingresso de algum novo bandido-membro pede uma espécie de prova de interesse real, pedindo material do mesmo teor criminoso. Não estou falando a deep web, submundo virtual, onde o anonimato faz desta zona o paraíso dos crimes. Não. Falo da internet a descoberto, que todos usamos.
Adquirir, vender, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente é crime previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena vai de quatro a oito anos de prisão. Todavia, um crime tão praticado, mas não vemos a justiça alcançando esses monstros, muito pelo contrário, o que se nota é um estímulo pela impunidade.
José Medrado Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz medrado@cidadadaluz.com.br