As redes sociais fervilharam neste final de semana, em razão de a modelo e apresentadora Ana Hickmann ter registrado um boletim de ocorrência contra o marido, Alexandre Correa, por lesão corporal e violência doméstica. O caso foi registrado na noite do último sábado (11), na delegacia de Itu (SP). O casal mora em um condomínio na cidade. Alexandre Correa, através das redes sociais, admitiu que houve um desentendimento com a esposa, mas negou a agressão física.
Tristemente, essa onda não para de crescer: a violência sobre a mulher, em uma espiral sem fim, e o pior – até parece que o crescimento pode estar associada a mais que um machismo arraigado em nossa sociedade, mas, ao que tudo indica, por uma espécie de leniência do judiciário em punir com o rigor das leis os agressores. Os estudiosos da área afirmam que os sinais dos agressores precisam ser percebidos e mais, precisam ser prevenidos. Reiteram que o ciclo da violência começa na ‘tensão’, e quando o casal perde o diálogo, passam às humilhações, provocações e ofensas, geralmente com constantes pedidos de desculpas e garantias de que “não acontecerá de novo”. Em determinado momento, no entanto, essa tensão perde o controle e acontece a explosão, que acaba gerando a violência. Já em um segundo estágio, acontecem sexo forçado, tapas, socos. Logo depois, há um rompimento em alguns casos. A mulher vai buscar os direitos dela garantidos por lei, falam os especialistas. Já no terceiro estágio, é o intervalo chamado ‘lua de mel’. O homem entende que perdeu a mulher e tenta reconquistá-la. Pede desculpa, faz juras de amor, dá presentes, faz promessas, em uma intensidade muito grande. Ele não quer dar tempo para que ela possa refletir sobre o assunto. Depois de juntos novamente, ele não se vê correspondido e volta a entrar no estágio da tensão, e aí a espiral é retomada até, infeliz e tragicamente, podendo chegar ao clímax: o feminicídio.
O fato é que a violência contra a mulher é uma das principais formas de violação de Direitos Humanos hoje no mundo. A violência contra a mulher não guarda restrição, pode acontecer com qualquer uma, restringindo o sentimento de ser da própria mulher. É preciso, no entanto, que a mulher entenda que o processo só avança, quando os sinais são disparados. O sentimento de acolhimento, de confiança e esperança das mulheres são, infelizmente, nesses casos, importantes fatores de ilusão que, não raro, desemboca em tragédia.