Honestamente, não tenho entendido a posição de muitos que se colocam como cristãos, mas apenas em uma roupagem, pois, em verdade, as atitudes não passam de evidências anticristãs diante da vida. Vejamos os ataques que o Padre Júlio Lacelotti tem sofrido, certamente por suas posições claras progressistas e político-partidárias. É uma posição, por escolha e direito a tão questionada, proclamada liberdade de expressão. Muitos têm usado a máscara da religião, em verdade como verniz, na tentativa de passar uma imagem escamoteada das intenções interiores mais nefastas. O padre Júlio dá, sim, exemplo de cristão, este éomeu sentir. Ele tem sofrido por todos os lados. Em tempos de deepfakes e inteligência artificial, a coisa mais fácil é fraudar um vídeo para imputar crimes a alguém, sobretudo quando não se tem o trabalho de pesquisar o que se compartilha, de averiguar realmente do que se trata, no âmago das “informações” e tentativas de desconstrução de imagem. As pessoas se motivam por seus interesses, nem sempre confessados. É um sórdido cardápio de ataques para todos os lados. Até o bom papa Francisco está sendo alvo. Tempos estranhos, já disse alguém. O foco agora é o padre Júlio e sua escolha “inadmissível” pelos abandonados e doentes. Precisamos lembrar a parábola do bom samaritano (Lucas 10:30-7), que Jesus contou sobre o amor, colocado em ação diante de um caído, roubado, machucado por salteadores. Explicou que dois homens (com cargos de sacerdotes) passaram pela vítima sem prestar socorro, mas o terceiro, um samaritano, cuidou dele, levou-o para um local próprio, para ser auxiliado e pagou todas as despesas. Esse homem benevolente ficou conhecido como “bom samaritano”. E quem eram os samaritanos? Prof. Felipe Aquino, especialista em História da Igreja, informa que no ano de 722 antes de Cristo, o reino da Samaria foi vencido pelo rei da Assíria, Assurbanipal, e o povo foi levado para o cativeiro. Durante esse tempo, povos pagãos, não judeus, vieram para a Samaria, e houve muitos casamentos mistos de judeus que permaneceram na Samaria (nem todos foram para o exílio) com pessoas pagãs. Isto era proibido pela lei de Moisés; por isso o povo de Jerusalém, chamados de judeus, odiavam os samaritanos. Não os consideravam mais judeus por terem se misturado com povos não judeus. Ou seja, a Jesus não interessava nada além do amor, da caridade, do socorro aos necessitados. O padre Júlio é um samaritano, não odiado por judeus, mas por pessoas que se colocam como “cristãs”, e ele se misturou com moradores de rua e viciados, praticando o que Jesus ensinou. Vá entender. Fico, no entanto, com Padre Júlio Lancelotti e João Gordo cantando, em vídeo, a música Bella Ciao.
José Medrado Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz