Pronto, começou a satanização do Carnaval por parte da maioria dos “religiosos”, inclusive os espíritas, que vêm em tudo uma ação dos espíritos umbralinos nos domínios das mentes e das vidas dos encarnados “invigililantes”. Tudo tão alienante e restrito, sem o tal uso da “fé racionalizada”, que tanto é propagando. Geralmente, pinçam no Evangelho de Jesus o que se torna conveniente para embasar o raciocínio e comportamento manipulados. Sempre mencionam o constante em Lucas, 21:34-36, mas a depender da Bíblia há, digamos, ajuste do conteúdo do apóstolo.
"Tenham cuidado, para não sobrecarregar o coração de vocês de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês ...”
“ E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso ...”
“Tenham cuidado! Não deixem seu coração se entorpecer com farras e bebedeiras, nem com as preocupações desta vida. Não deixem que esse dia os pegue ...
“Fiquem alertas! Não deixem que as festas, as bebedeiras, os problemas desta vida façam vocês ficarem ocupados...”
Torna-se muito fácil fazerem citações sem afirmar que pode haver contradições. Contradições, sim. Afinal de contas não “podemos” carregar o coração de libertinagem, bebedeira, glutonaria, farra ou festas. Claro, vão afirmar: são sinônimos. De forma alguma. Libertinagem não guarda sinonímia em bebedeira, em glutonaria, festas...ainda que todos citam bebedeira ou embriaguez. Mas o problema estará na festa ou nos que vão a ela? Ou envolvimento como, talvez, válvula de escape? Jesus pede alerta pela ocupação dos corações...O que diríamos, então, se a “condenação” fosse geral? E quando Jesus foi às bodas de Caná? Era ou não uma festa? Evangelho de João ( João 2:1-11 ). A transformação da água em vinho durante estas bodas é considerado como o primeiro dos milagres de Jesus. Detalhe importante: pedido pela mãe d’Ele e o vinho havia acabado, logo a festa poderia ter o seu fim, por raciocínio lógico.
Penso, por fim, que o problema sempre estará no excesso e nas intenções construtoras de ações, e, claro, tudo que envolve a segurança da festa, mas a isto competem aos poderes públicos, refleti aqui sobre a festa em si, sem, naturalmente, o que sabemos que acontece de ruim. Feliz Carnaval aos que forem.
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.