Segundo levantamento da Comscore, uma empresa internacional especializada em tecnologias e mensuração da internet, o Brasil é o terceiro país que mais consome redes sociais em todo o mundo – à frente de Estados Unidos, México e Argentina. O dado preocupa porque segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) isto é quase a metade dos 149 milhões de brasileiros que usam a internet e não checam se as informações que recebem em redes sociais são verdadeiras ou falsas, criando, assim, uma onda de ignorância em relação a tudo.
Segundo dados do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), os conteúdos falsos se espalham 70% mais rápido que as notícias verdadeiras. Tem-se levantado que para os estudiosos da área de cibernética a questão está relacionada ao fato de que muitas pessoas não sabem identificar conteúdos inverídicos. Não têm informação suficientemente “armazenda” para discordar ou aceitar no confronto com a base pessoal de informação. O brasileiro, via de regra, não lê, razão de ser desprovido de informação geral sobre o mundo. Nesse contexto, os resultados das chamadas fake news podem causar sérios problemas à estabilidade social, em demanda de agressões, violências tanto na vida pessoal como pública, bem como desconstrução de verdades já estabelecidas há séculos, como a que a Terra é
esférica e vacinas salvam vidas.
Nota-se que algo muito importante e bandido se faz com o conteúdo de desinformação, quando é vinculado conscientemente, como forma de difundir mentiras. Isso é preocupante, pois não se trata de equívocos, mas de material planejado com o intuito de informar errado. Os estudiosos têm registrado que parte dos crentes absolutos nas notícias nasce em decorrência de três motivos, além da ignorância geral: recepção das informações de amigos e/ou parentes; a identificação com assuntos que atraem pessoalmente quem está lendo, material de afinidade com conceitos, posicionamentos e pontos de vista; por último, temos as estratégias utilizadas pelas próprias plataformas, como títulos sensacionalistas, utilização de palavras estratégicas, entre outros subterfúgios para aumentar o engajamento e os cliques, logo, resultado financeiro.
Ao que tudo indica, há uma dificuldade muito grande a médio e longo prazo de se criar no povo brasileiro, em geral, um sentimento crítico e criterioso ao ler material da internet, nascido sob qualquer prospecção de busca. Não podemos ser apenas replicadores de notícias dos que se interessam e não confessam as suas reais intenções. As ideologias têm sido a bússola de acolhimento dos conteúdos digitais, em uma salada de falsas informações, mas cuja importância é apenas o reforço de, muitas vezes, argumentos inventados, criados, na defesa de informações mentirosas.
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.