Uma pesquisa da ONU, divulgada no começo deste mês, aponta a hostilidade que cerca de 70% dos jornalistas incumbidos de pesquisar e informar sobre temas ambientais e crises climáticas pelo mundo têm sofrido. Esse estudo foi realizado em março, com 905 comunicadores de 129 países, pela Unesco e pela Federação Internacional de Jornalistas. As organizações consultaram profissionais que
cobrem a área de meio ambiente e esses 70% “informaram ter experimentado ataques, ameaças ou pressões relacionadas com sua atividade”, segundo os resultados do estudo, desses dois em cada cinco sofreram violência física, 60% sofreram assédio online e 24% tiveram que enfrentar processos.
A verdade é que se está criando não apenas uma onda ampliada de negacionismo, envolvendo questões de toda natureza, que possam ser obstáculos a um conjunto de ideologias com viés político por todo o mundo. O pior foi que esses ataques geraram nos profissionais da informação o medo. Desses, 45% dos consultados disseram ter se autocensurado, por medo de possíveis agressões ou porque suas fontes ficariam expostas a algum dano. O mesmo percentual afirmou, ainda, ser consciente do conflito de interesses envolvendo seus empregadores ou anunciantes e os temas ambientais. A Unesco revelou que as mulheres sofrem ataques com mais frequência por tratarem desses assuntos.
A questão está se tornando muito séria, haja vista que o problema não está mais sob uma ou outra ótica, mas sobre o que contraria determinados grupos extremistas. Estamos vendo isso nas cheias do Rio Grande do Sul. Buscam a prevalência das tais narrativas, que interessam a grupos que se estruturam com o objetivo de desacreditar o que os contraria, inclusive os de chancelas da ciência. Um obscurantismo que tenta assentar as suas asas sobre conquistas, que só contribuem para o avanço civilizatório. É um achaque bárbaro, de avanço sobre a construção do saber. Nessa direção surgem as informações de conspirações dignas de Hollywood para explicar tudo, sem o mínimo de razoabilidade, mas que passam a ser abraçadas como verdade irretorquível e cheia de sentido para os interessados.
Recentemente, recebi fotos das roupas supostamente de Neil Armstrong, quando pisou na Lua, comparando as solas de seus sapatos com as marcas deixadas no satélite, a conclusão de que ali se confirmava que o homem não esteve no satélite da Terra. É um esforço de reescrever a História, ajustando a projetos, que tristemente têm, na maioria dos casos, um componente ideológico político. Pessoalmente, não penso que as pessoas que acreditam nessas sandices estejam enganadas, iludidas ou ignoram a História. Não.Querem deliberadamente fraudar a verdade e os seus fatos. Não vai adiantar contrapor, mas é preciso fazê-lo.
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.