Recebi muitos e-mails, dentro desta proposta de dar voz a quem se sente desamparado em idas a juntas médicas de órgãos Públicos, perícias médicas do INSS ou serviços médicos de empresas privadas, a fim de refletirmos sobre esse sentimento de impotência diante do rolo compressor que são esses avaliadores da saúde do funcionário, do empregado. A escolha do e-mail de Lourdes (nome fictício, haja vista que ela é de um órgão público e ascendeu relativamente faz pouco tempo a cargo de diretoria e não gostaria de se ver constrangida”.
Lourdes buscou o serviço médico do seu órgão, pois não aguentava de dores pelo corpo, instabilidade de humor, insônia, dores de cabeça diárias. Tudo a partir do momento em que assumiu a nova função. Sentindo-se sem força, quis buscar “uns dias” para tratamento. “Não poderia pedir exoneração da nova função, em razão de problemas financeiros familiares”. Em consulta a um psiquiatra este disse que certamente ela estava enquadrada na doença, sim, doença, Síndrome de Burnout ou síndrome do esgotamento profissional, que é uma doença psíquica caracterizada pelo esgotamento profissional, e precisava “deligar” de tudo e fazer o tratamento. “...não conseguia mais exercer a minhas atividades por sentir uma exaustão sem fim” – afirmou. Com relatório médico em mãos, buscou o Serviço Médico de sua unidade, e para o seu espanto, teve a negativa do pleito. “Você só está muito cansada, como é quinta, já chega o fim de semana, descanse bem...e na segunda você estará em forma”, foi o comentário que ela ouviu.
Lourdes reagiu, mas nada adiantou, como outros casos que li, a sensação é sempre a mesma: “...me senti uma bandida, que queria se aproveitar para lesar...”.
Lourdes reafirma o que sabemos que a Síndrome de Bournot é uma doença, que não pode ser considerado um simples cansaço, e é uma doença muito séria. Lourdes ainda questionou que os médicos que a atenderam em sua unidade eram clínico e ortopedista, não eram psiquiatras. Foi um ponto muito interessante observado por Lourdes, esse pessoal não guarda conhecimento específico, direcionado, são generalistas. Claro que não haverá condições de empresa alguma ter um quadro médico com todas as especialidades, mas para isto é que existem relatórios levados e que são desconsiderados, ou seja, esses senhores não acreditam nos próprios colegas, pelo menos neste aspecto.
A Síndorme de Bournout é uma doença como qualquer outra. Lourdes pensa em seguir no cargo até dezembro e depois pedirá exoneração.
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Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio