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10h12

Condenação tardia

A socialite Dayane Alcântara de Andrade, conhecida como Day McCarthy, foi condenada pela Justiça Federal pelos crimes de racismo e injúria racial contra uma das filhas dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. A pena aplicada é de 8 anos e 9 meses de prisão, inicialmente em regime fechado. A condenada poderá recorrer, mas no âmbito do direito criminal não se cogita, afirmam especialistas, a reversão da condenação, mas talvez alguma redução da pena. Logo que soube da sentença, o desespero tomou conta da criminosa – criminosa, sim, este é o adjetivo para quem comete crime. Precisamos dar os nomes precisos às situações e seus responsáveis. A Day McCarthy clama: ‘Me arrependo muito, sinto vergonha’.

Pois é, tem se tornado comum agressões e crimes serem cometidos pelas redes sociais e diante das consequências as pessoas vêm em comoção se desculpar ou mesmo dizer que estão com problemas emocionais e usam remédios controlados. O fato é que passou da hora em se dar uma resposta firme ao racismo. A sociedade brasileira não pode transigir com essas questões. Reconheço que esta estrutura estabelecida nas relações sociais brasileiras funciona como um vírus que circula por todos os rincões e que por muitos é desdenhado. Não se trata de exagero ou de algo de menor importância. Não. É um crime que precisa ser combatido com firmeza e estava faltando esse remédio judicial: condenação à prisão. Apesar de uma sentença desse tipo só chegar em 2024, logo tardiamente, mas não deixa de ser um marco, um momento histórico que precisa ser repetido até se normalizar no campo da jurisprudência judiciária.

Ainda vemos muita justificação do preconceito étnico e racial brasileiro, descambando, inclusive, para o racismo religioso, onde se tenta desqualificar o fato, e, em geral, por parte de pessoas que lá no fundo guardam o seu percentual de racismo estrutural, ainda, quero crer que elas próprias não se deem conta. Vê-se o racismo em nossa sociedade, por exemplo, no acesso dos negros a posições de poder, na política e no mercado de trabalho. Apesar de 54% dos brasileiros serem negros, de acordo com o IBGE, apenas 24% dos parlamentares da Câmara dos Deputados são pretos e pardos. Além disso, os negros possuem menos acesso à educação e são a maior parte da população pobre.

De acordo com levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada três presos, dois são negros. A Bahia é o estado mais negro do Brasil, com 80,8% da população preta ou parda, a sua população assim se declara, segundo levantamento feito pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), mas onde está uma grande efetividade deste percentual nas mobilizações e buscas modificativas deste panorama racista baiano ?

Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.

 

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