Não há dúvida alguma, para quem tem um mínimo de senso avaliador, sem, necessariamente, ser estudioso da psicologia, sociologia ou mesmo antropologia, para concluir que os seres humanos, aqui no Brasil em grande cena, estão se permitindo expor suas mazelas emocionais. Mais uma vez pude constatar esta tal odiosidade de muitos, por razões políticas, mas que não exclui o que vai na alma dessas pessoas. O presidente Lula teve um acidente em casa, ao que se tem informado ele caiu no banheiro. Acidente que muito acontece com pessoas acima dos 60 anos, o que não implica acontecer com mais jovens. Já tive umas três quedas o que me fizeram providenciar alguns acessórios de segurança, bem como mudança de piso. Mais uma vez, no entanto, me chamaram à atenção os comentários sobre esta queda, em um desembrulhar de desejos mórbidos dignos de fazerem parte de narrativa de filmes de terror. Já havia visto isso também, quando da facada o ex-presidente Bolsonaro. Fiquei em especial chocado com uma pastora (fui em seu perfil, depois que um comentário sobre o escrito dela anunciou o seu ofício de fé). Inacreditável o que certas pessoas falam, sendo “pregadoras” cristãs do evangelho de Jesus.
Delroy L. Paulhus é um pesquisador, professor de psicologia na Universidade da Colúmbia Britânica em Vancouver, Canadá, onde leciona cursos de graduação e pós-graduação. No entanto, ele é mais conhecido por ser o cocriador da chamada tríade sombria da personalidade, ou seja, há personalidades que guardam traços de psicopatia, narcisismo e maquiavelismo, apresentando sempre relação com estilos de amor e também com déficits no processamento emocional. Esses traços têm se associado a uma falta de lida com as próprias frustrações dos desejos não realizados, sejam eles pessoais ou de inserção em algum grupo ou bolha.
Essa tríade tem sido registrada como traços de personalidade que definem as “más pessoas”, “pessoas ruins”. Elas estão circulando entre nós e geralmente as chamamos de exageradas, extremistas e por aí vai. Apenas recordando: o narcisismo como sendo uma justificação para muitos comportamentos negativos de muitas pessoas em relação às outras. Na posição dos psicólogos, os narcisistas se concentram em si mesmos, querem ser o centro das atenções, ser alvo de poder e admiração e fantasiam que estão acima dos outros de tal forma que não os consideram para nada. Em segundo lugar, temos a psicopatia, que se resume à falta de empatia com os demais, da qual resulta a manipulação. Pessoas interesseiras e que não se importam com os sentimentos dos outros. São igualmente indivíduos pouco confiáveis, mentirosos e capazes de fazer qualquer coisa para alcançarem os seus objetivos, mesmo que isso passe pelo prejuízo de alguém. Por fim, o maquiavelismo do qual fazem parte pessoas cínicas, que tentam agradar e parecer muito “boazinhas”, mas na prática, o único propósito que têm é cumprir aquilo que pretendem.
Não quer dizer, claro, que todas as pessoas que são más em suas palavras para desejar o pior para os outros tenham essa tríade na formação de sua personalidade, podem ser, também, pessoas que seguem as ondas, deixam-se convencer, são manipuladas, logo evidenciam, por outro lado, um aspecto fragilizado de sua autoestima. Não se trata aqui de ideologias e gostos pessoais por forma de ver a vida. Não. Trata-se de personalidade, do que estamos vendo na sociedade em seu geral.
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.