É realmente impressionante como o brasileiro, em geral, está se petrificando na normalização de situações violentas e até criminosas. Não se trata de crimes repetitivos, que as pessoas lamentável e infelizmente vão se acostumando. Não. São urdiduras para cometimento de crimes contra figuras da República, eleitas pelo povo, no regime democrático que vivemos. Estudiosos do comportamento humano têm remetido estudos para a compreensão do fanatismo político, onde independentemente do que faz o líder, escolhido para verdadeira devoção, torna-se seja o que for feito, em uma defesa obsessiva, acrítica e apaixonada por uma crença ou comportamento, onde não se cogita nada além do que se quer crer. Não há espaço mínimo que seja para tolerância a ideias contrárias.
Esses mesmos estudiosos, por outro lado, diante desses comportamentos acima do parâmetro aceitável para o equilíbrio emocional, por vezes até agressivo, verbal e fisicamente, afirmam que uma pessoa fanática por crença política não é considerada uma doença. A literatura psiquiátrica existente sobre o assunto o classifica como um comportamento disfuncional, mas que não chega a ser uma doença. O problema, no entanto, do fanatismo político, em termos de saúde para o indivíduo e para as pessoas que o cercam, é que essa postura pode evoluir para um distúrbio psiquiátrico e geralmente esta escalada gera prejuízos que a pessoa terá em si mesma, pelas consequências que poderão gerar por suas crenças no seu entorno, principalmente com familiares, amigas.
Não vemos, infelizmente, nem a cogitação de apoio a investigações, mas um sonoro e repetido projeto de desqualificar as vítimas e situações até criminosas, considerando-as como uma grande bobagem - "chifre em cabeça de cavalo". É importante, outrossim, que os veículos de comunicação sérios possam estar sempre vigilantes e não desistam do compromisso de informar com isenção, deixando as opiniões aos comentaristas que, efetivamente, se coloquem como tais, a fim de que não se misturem opiniões com notícias, fatos com as tais chamadas narrativas, pois elas guardam também um sentido ficcional. No entanto, tem se incorporado de uma forma que se identifica apenas como mentira, principalmente no mundo da politicagem.
O que precisa se entender, por fim, é que enquanto muitos se debatem, trocam petardo de ódio e ressentimentos, os senhores do poder, quando do interesse pessoais, se alinham, tornam-se amigos e na planície prospera a inimizade.