Ainda repercute a imagem de uma mulher sentada à janela de um avião sendo admoestada porque não cedeu o lugar para um menino. Em recente entrevista, as partes se posicionaram, de logo todos os envolvidos reportaram as agressões vividas, em ofensas pelas redes. A moça sentada, que não quis ceder o lugar (estava certa, era o seu direito...poderia, mas não quis) saiu do anonimato em que vivia e se tornou influencer com mais de dois milhões de seguidores. Vai viver disso. A que expôs o vídeo (desconhecida de todos os envolvidos) chora arrependida, porque ela e a filha estão sendo hostilizadas. E a mãe que não se envolveu em nada, levou a culpa e passou a ser atacada pelo tribunal da internet. Hoje, essas informações lançadas de qualquer forma e sem verificação têm feito muita gente se precipitar e atacar pessoas e reputações, inclusive com morte. Lembro de uma mulher, no Guarujá (SP), que foi confundida com uma sequestradora de crianças, em razão de um retrato falado e foi flagelada até a morte pelos justiceiros de plantão. Ela era absolutamente inocente.
Uma instituição de saúde pública do Reino Unido, a Royal Society for Public Health (RSPH), em parceria com o Movimento de Saúde Jovem realizou um estudo onde foi apontado que as redes sociais provocam efeitos positivos ou nocivos à saúde humana, dependendo de como são utilizadas. Todos já sabemos disso, mas na pesquisa, concluiu-se que o compartilhamento de fotos ou vídeos pelo Instagram impacta negativamente no sono, na autoimagem e aumenta o medo dos jovens de não vivenciar os mesmos acontecimentos que os outros compartilham nas redes, bem ainda gera uma raiva sem sentido de si mesmos e dos outros, que têm o que eles não. Ainda na pesquisa, cerca de 70% dos jovens revelaram que a rede social Instagram fez com que eles se sentissem pior em relação à própria autoimagem.
Outras pesquisas sobre a influência da mídia na saúde mental revelam ainda que o tempo dispensado, utilizando as redes sociais tem relação com o sentimento de isolamento do mundo real, o que pode contribuir para o desenvolvimento de transtornos mentais. Esse excesso de interações virtuais pode aumentar a sensação de solidão, fazendo com que o indivíduo se isole socialmente cada vez mais para viver as “relações virtuais perfeitas”, e se tornarem carrascos de comportamentos alheios, podendo, inclusive serem responsáveis por mortes morais e físicas. Tenhamos cuidado.