O Brasil, de fato, não se leva a sério. Um partido político já está cogitando o lançamento da candidatura de Debora Rodrigues dos Santos a parlamentar. A mulher foi presa suspeita de participar dos atos golpista de 8 de janeiro e de ter pichado a estátua da Justiça. De logo, é preciso deixar claro que a condenação dela, ao meu conhecer, não foi apenas por pichar uma estátua, como a mídia de um modo em geral insiste em repetir, como um coro, um instrumento de manipulação política de massas, estabelecendo como víeis apenas um aspecto do processo do qual ficou conhecida como Débora do batom. Vemos, sem dúvida, uma espécie de reforço, de propaganda, que busca influenciar as emoções e crenças de pessoas para obter algum resultado de interesse ainda não explicitado.
Não sou da área jurídica, ainda que tenha trabalhado 37 anos no Judiciário Federal, e é fácil constatarmos, em rápida pesquisa pela internet, que o Artigo 29 do Código Penal estabelece que quem, de qualquer modo, concorre para o crime, seja como autor, coautor ou partícipe, é considerado culpado. Isso inclui aqueles que, mesmo não participando diretamente do ato criminoso, ajudam ou facilitam a sua realização.
Ora, ora a sociedade brasileira, mesmo nós os leigos, não restam dúvidas, no geral, que houve sim crime, naquele 08 de janeiro. Pude verificar, que a maioria dos juristas convergem para a quebra da teoria monista ou unitária, em se tratando de crimes. Essa teoria considera que a mesma infração penal é distribuída por todos aqueles que concorreram para a sua prática.
Interesses políticos frequentemente utilizam discursos fortes e persuasivos que sejam “bons” na manipulação dos sentimentos populares. Essa manipulação pode ocorrer através da desinformação ou da omissão de fatos, levando as pessoas a formarem opiniões baseadas em notícias distorcidas. O brasileiro, segundo dados em pesquisas, não é afeito à leitura, sendo, portanto, alvo fácil para os mentirosos e enganadores. Mais de 120 milhões de brasileiros acreditam em fake news, segundo levantamento do Instituto Ipsos, divulgado no ano passado. Os dados revelam que 62% dos brasileiros acreditam em notícias falsas, sendo o primeiro lugar neste podium nada honroso, no mundo, seguidos de Arábia Saudita e Coreia do Sul (58%), peruanos e espanhóis (57%). É importante que os cidadãos desenvolvam um pensamento crítico e busquem fontes confiáveis para se protegerem contra essas manipulações, a fim de que a sua identidade de saber, de conexão com o mundo, seja realmente fruta do seu entendimento, no caldo de suas vivências, experiências e claro conhecimentos.
José Medrado possui múltiplas faculdades mediúnicas, é conferencista espírita, tendo visitado diversos países da Europa e das Américas, cumprindo agenda periódica para divulgação da Doutrina, trabalhos de pintura mediúnica e workshops, escreve para o BNEWS e o jornal atarde.